sexta-feira, 3 de junho de 2011


Levanta, moça, sacode a poeira, tira o luto e vem pra dança. Não deixa aquele sonho tão bonito virar pesadelo. Não deixa as lágrimas continuarem a borrar a beleza do que você é. Não deixa essa saudade te impedir de andar pra frente, ao contrário, faça dela o teu combustível. Afinal, se é no futuro que reside a esperança de que a saudade enfim seja largada nos braços do amor, siga com toda a sua força até ele. O fim não pode ser o seu fim. Você fez o que estava ao seu alcance. Lutou, mostrou, insistiu. Recomponha-se agora. Deixa que as palavras que ficaram em banho-maria na alma do outro, serão cozinhadas ao pouco e no tempo certo a refeição poderá ser feita: um banquete de amor. Não chore por não ter alcançado o seu objetivo, o que importa na vida é a coragem que se tem pra arriscar. Você arriscou, moça, o quanto pôde, arriscou seus sonhos, sua sanidade, seu orgulho. Gritou aos ventos, anunciou em toda esquina, o deixou saber o quanto era amado, agora, retire-se e cuide de ti. Cuide desse coração que insiste em bater, desses olhos marejados, desse corpo cansado. Cuida desse caminho enorme que você precisará percorrer sozinha. E não pense que será impossível, olhe para você e descubra a força que há escondida por trás desses olhos com medo de se entregar, desse sorriso que disfarça toda sua dor, dessas mãos que levantam e escrevem histórias. Vai, moça, o mundo há de ser seu e de todos esses sonhos guardados no fundo falso da gaveta. Não deixe que um coração partido a faça desacreditar em finais felizes, ou que as nuvens te façam duvidar se o sol realmente está ali. Ele está. Se não for possível vê-lo e isso te assustar, o rabisque no céu com suas próprias mãos. O invente e se reinvente sempre que a vida exigir isso de ti. Não desista, moça, durante todo o percurso repita para si mesma: não desistirei. Um dia você encontrará um porto. Um coração como o teu, um amor maior, uma razão oculta nessa dor que hoje samba no teu peito. Reme teu barco e o leve para águas tranquilas, sem medo de se afastar demais do lugar onde estava. Aquele barco que um dia navegou junto ao teu, te encontrará onde estiveres se assim tiver que ser. Prossiga. Escreva, grite, chore, mas sem parar, faça tudo isso andando sempre em frente. Sinta saudade, arrisque-se no mecanismo da amizade e aprenda a calcular a matemática dos amantes, se for isso o que o seu coração deseja, mas siga sem medo. Faça tudo sabendo que os riscos estão sempre a beira do caminho. Navegue por águas mansas sabendo que a tempestade pelo menos uma vez se anunciará. Cultive um jardim sabendo que as pragas precisarão ser vencidas. Ame sabendo que corre o risco de sobrar sozinha com o coração na mão. Só não desista. Você é forte, moça. E se suportou tudo isso até aqui, você consegue ir muito além. Eu acredito em você, acredite também. Talvez seja isso o que falta: você olhar no espelho e ver alguém que pode ser o que quiser. Acredite, você é forte, moça. Lágrimas não são sinônimo de fraqueza, desistência sim. Mas você não vai desistir, moça do sonho, você é forte.

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